A Vila de Pescadores do Jaraguá apareceu novamente nas discussões da sessão da Câmara Municipal de Maceió na manhã desta terça-feira (9). O parlamentar Ricardo Barbosa (PSOL) aproveitou ainda para rebater os lamentáveis comentários do Secretario de Habitação, Nilton Nascimento, que chegou a afirmar que não conversaria com um “vereador de 400 votos”.
Até mesmo a bancada governista do prefeito Cícero Almeida saiu em defesa do vereador Ricardo Barbosa. Galba Novaes (PRB) e Oscar de Melo (PP), em apartes, lembraram que o parlamentar do PSOL tem legitimidade e legalidade para ocupar um dos cargos no legislativo municipal. O líder do Governo atribuiu o comentário do Secretario a falta de tato político por ter um caráter técnico.
Em relação à Vila de Pescadores do Jaraguá, Ricardo Barbosa lembrou que está apenas representando aquela população diante da Câmara Municipal. “Estamos tratando de pessoas trabalhadoras e elas devem ser consultadas sobre o que querem. E o que eu vejo, por diversos motivos, é de que eles querem permanecer naquele local. Sendo assim, a Prefeitura precisa oferecer assistência àquelas pessoas” – afirmou o parlamentar.
Para ele, a Prefeitura de Maceió está sufocando os moradores da Vila, não oferecendo condições dignas de moradia e não está escutando as justificativas da comunidade. “Os pescadores possuem motivos relevantes como o deslocamento do Jaraguá para o Sobral, principalmente de madrugada, e também a sua relação com a história de Maceió e do local onde vivem há mais de 60 anos”.
O vereador Ricardo Barbosa pediu ainda que a Imprensa Alagoana tranquilize os moradores de que a Prefeitura de Maceió não poderá tirá-los do Jaraguá sem que eles queiram. O parlamentar citou a declaração do Ministério Público de que a área pertence à União e que o governo municipal não tem poder para retirar ninguém do local.
A presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro do Jaraguá (Amajar), Maria Enaura, também esteve presente na sessão para reforçar que a maioria dos moradores da Vila quer permanecer no local e que espera que a Prefeitura ofereça condições dignas a quem está lá. Ela não negou que algumas pessoas gostariam de ir para o Sobral, mas mostrou assinaturas que mostram que num universo de 450 famílias, apenas 90 tem intenção de ir para o conjunto habitacional.
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